Gotas de Anna

            Brasiliense, 20 e poucos anos, sol em áries, vênus também.
            Sou perecível à rotina, mas como extermina-la não é possível, comecei a viver algumas aventuras como antídoto. Só que nem sempre é possível pular de paraquedas, voar de asa delta, fazer bungee jumping... acabei descobrindo que sexo casual traz tanta adrenalina quanto, requer pouco tempo livre e ainda faz bem pra pele. Adorei.
            Sou casada com o King desde 2008. Temos um casamento ótimo que, confesso, ficou melhor quando decidimos viver um relacionamento aberto. Nos entendemos muito na cama, até acho que esse foi o maior motivo para nos casarmos, além dele ter o pau mais lindo que eu já vi. Não nos falta nada como casal, arrisco até colocar a mão no fogo pelo que sentimos um pelo outro. Uma vez uma amiga me perguntou como isso pode ser verdade se eu não contento só com ele. Se o casamento é ótimo, pra que procurar outras pessoas? No fundo acho a pergunta meio cética. Traição por instinto sempre aconteceu e eu não acredito que quem ama não trai. Imagino ser um tédio transar 30 anos com a mesma pessoa exclusivamente. Curiosidades existem, outros perfumes existem, outras formas de beijar, de acarinhar os cabelos... Mas analisando a pergunta dela com o intuito de responder, penso que a maior explicação para eu viver um relacionamento aberto seja o gosto pela conquista. Tem algo mais atiçador que uma troca de olhares? Então você troca olhares com alguém e de repente estão conversando, sabendo exatamente o que esperam um do outro. Aí vem a troca de telefones, ou e-mail, ou o que quer que seja. Perguntinhas para saber se a aliança impede uma fugidinha. O primeiro beijo que é tipo um teste pra imaginar mais ou menos como será na cama. A descoberta de como a outra pessoa gosta de ser tocada, de como ela gosta de tocar. No fim de tudo, a gente leva de prêmio a lembrança de descobrir o desconhecido. Se o telefone toca e escutamos a palavra saudade é mais um ponto positivo! Quem não gosta de agradar? O repeteco nem sempre é garantido, depois da primeira vez costumo ser mais criteriosa, porque no meu caso é melhor um desconhecido novo que uma segunda vez que não tire o fôlego. Ah! E vale destacar que quanto mais difícil a presa, mais empenhada eu fico.
            Gosto de pessoas inteligentes e bem humoradas, gosto de conversar livremente, gosto de ouvir também. Não nego amizade.
Não me apego fácil, mas às vezes acontece de eu ter um pouquinho mais de dificuldade de esquecer alguém. Existem pessoas que também tentam me conquistar, alguns conseguem. Mas nada que o tempo – e novos “amigos” – não resolvam.

É assim meu oceano de desejo. Quanto mais quente, mais cheio ele fica.

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