Eu
não me lembro quando comecei a me interessar por sexo, mas lembro que aos 6
anos constrangi meu pai dentro do ônibus, perguntando em alto e bom som o que
era isso. A curiosidade veio depois que Rafael, um colega da minha turma do
jardim 3 – veja que menino precoce – disse para toda a turma que queria fazer
sexo comigo. Depois que papai me explicou o que era, eu senti tanta raiva de
Rafael que nunca mais falei com ele. Mas meu pai foi sacana, me disse que sexo
é quando o homem coloca o “pintinho” dele dentro da “perereca” da mulher, mas
que só fazem isso para ter filho, porque dói demais, “é uma dor terrível,
filha”. A sorte é que eu nunca dei muito ouvido para conselhos e coisas do
tipo, do contrário esse blog jamais existiria.
Minha primeira vez não foi nada do
que eu imaginava ser. Senti dor, mas nem foi a dor da primeira vez. Senti dor
porque o rapaz não sabia fazer direito. Machucou meus seios por sugar muito
forte, machucou ali embaixo também por sugar muito forte. Prazer mesmo eu só
senti quando vi a carinha dele de quem está prestes a gozar, depois quando ouvi
o gemido dele e no final quando ele me disse o quão gostosa eu era. Acho que
foi aí que eu adquiri esse meu desejo em servir, em agradar, em ser disponível.
Não sei por que, nem quando, mas passei a acreditar que não ser do grupo das
que fazem cu doce seria mais vantajoso, eu atrairia mais rapazes. Não tenho
certeza se foi isso, mas alguma coisa deu certo. Só não confunda as idéias, não
fazer cu doce não significa dar para todo mundo e qualquer um... antes de ir
para a cama com um cara eu tenho que conseguir imagina-lo lá. Não precisa ser
bonito, nem gostoso demais, precisa ser sensual, precisa me fazer pensar em
sexo, embora isso também não seja garantia de um “vale foda” comigo. Tipo o dia
da troca da bandeira. Meu pai sempre participa
desses eventos por causa da profissão, minha mãe me chamou pra ir junto, eu não
queria, estava com muito sono, então fui e fiquei no carro, dormindo. Na volta
passamos num desses restaurantes fast-food, eu vestia uma roupa simples, meu
cabelo estava bem selvagem por eu ter dormido um tempo no carro e a carinha de
preguiça era evidente. Enquanto eu e minha mãe aguardávamos na mesa, vi de
relance um rosto virado pra nós. Olhei. Era um cara olhando pra mim. Desviei os
olhos, mas tornei a olhar para ter certeza se ele tava me encarando. Estava.
Logo depois ele acena com a mão, fazendo gesto de quem escreve e pronunciando
“me dá seu telefone”. Eu ri. Não acreditava que um cara bonito, moreno, alto,
olhinhos pequenos, sorriso largo, dentes bem feitos, estava num belo domingo
naquele restaurante pedindo o telefone de uma dorminhoca mal arrumada. Imaginei
ele na cama, como imaginei!, mas esse dia eu estava realmente na minha, com
preguiça até para paquerar. Saímos do restaurante primeiro que ele, o vi me
olhando até eu entrar no carro, me olhava como que me comesse com os olhos.
Mamãe percebeu e disse “como é que pode? Todo lugar que você vai tem que
arrumar um fã, é? Você deve ter a pomba-gira”. Eu não duvido. Minha pomba-gira
deve gostar de mim.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk "deve ter uma pomba gira" foi ótimo!
ResponderExcluirMuito bom começo...
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