domingo, 18 de agosto de 2013

Breves palavras, só para quebrar o gelo...

           Eu não me lembro quando comecei a me interessar por sexo, mas lembro que aos 6 anos constrangi meu pai dentro do ônibus, perguntando em alto e bom som o que era isso. A curiosidade veio depois que Rafael, um colega da minha turma do jardim 3 – veja que menino precoce – disse para toda a turma que queria fazer sexo comigo. Depois que papai me explicou o que era, eu senti tanta raiva de Rafael que nunca mais falei com ele. Mas meu pai foi sacana, me disse que sexo é quando o homem coloca o “pintinho” dele dentro da “perereca” da mulher, mas que só fazem isso para ter filho, porque dói demais, “é uma dor terrível, filha”. A sorte é que eu nunca dei muito ouvido para conselhos e coisas do tipo, do contrário esse blog jamais existiria.
            Minha primeira vez não foi nada do que eu imaginava ser. Senti dor, mas nem foi a dor da primeira vez. Senti dor porque o rapaz não sabia fazer direito. Machucou meus seios por sugar muito forte, machucou ali embaixo também por sugar muito forte. Prazer mesmo eu só senti quando vi a carinha dele de quem está prestes a gozar, depois quando ouvi o gemido dele e no final quando ele me disse o quão gostosa eu era. Acho que foi aí que eu adquiri esse meu desejo em servir, em agradar, em ser disponível. Não sei por que, nem quando, mas passei a acreditar que não ser do grupo das que fazem cu doce seria mais vantajoso, eu atrairia mais rapazes. Não tenho certeza se foi isso, mas alguma coisa deu certo. Só não confunda as idéias, não fazer cu doce não significa dar para todo mundo e qualquer um... antes de ir para a cama com um cara eu tenho que conseguir imagina-lo lá. Não precisa ser bonito, nem gostoso demais, precisa ser sensual, precisa me fazer pensar em sexo, embora isso também não seja garantia de um “vale foda” comigo. Tipo o dia da  troca da bandeira. Meu pai sempre participa desses eventos por causa da profissão, minha mãe me chamou pra ir junto, eu não queria, estava com muito sono, então fui e fiquei no carro, dormindo. Na volta passamos num desses restaurantes fast-food, eu vestia uma roupa simples, meu cabelo estava bem selvagem por eu ter dormido um tempo no carro e a carinha de preguiça era evidente. Enquanto eu e minha mãe aguardávamos na mesa, vi de relance um rosto virado pra nós. Olhei. Era um cara olhando pra mim. Desviei os olhos, mas tornei a olhar para ter certeza se ele tava me encarando. Estava. Logo depois ele acena com a mão, fazendo gesto de quem escreve e pronunciando “me dá seu telefone”. Eu ri. Não acreditava que um cara bonito, moreno, alto, olhinhos pequenos, sorriso largo, dentes bem feitos, estava num belo domingo naquele restaurante pedindo o telefone de uma dorminhoca mal arrumada. Imaginei ele na cama, como imaginei!, mas esse dia eu estava realmente na minha, com preguiça até para paquerar. Saímos do restaurante primeiro que ele, o vi me olhando até eu entrar no carro, me olhava como que me comesse com os olhos. Mamãe percebeu e disse “como é que pode? Todo lugar que você vai tem que arrumar um fã, é? Você deve ter a pomba-gira”. Eu não duvido. Minha pomba-gira deve gostar de mim.

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